A mecânica automóvel abraçou a eficiência – e nunca mais se deixaram
“Quando é que o carro fica pronto?” é, muito provavelmente, a pergunta mais ouvida pelos profissionais de mecânica automóvel.
E não é por acaso. Num tempo em que a “cultura do carro próprio” se cruza com os desafios de mobilidade, particularmente nas cidades, ter o veículo temporariamente parado é sinónimo de grande transtorno.
Nunca como agora a necessidade de agilidade e rapidez foi mais sentida em todas as esferas da vida e, por esse motivo, torna-se cada vez mais importante o profissional a quem cabe a tarefa da manutenção automóvel estar munido dos equipamentos e ferramentas certos para conseguir dizer “Pode vir buscá-lo na próxima meia hora”.
Embora seja difícil chegar a um total exato, estima-se que o número de carros matriculados no mundo se situe nos 1,4 mil milhões, o suficiente para gerar uma fila de trânsito, de ida e volta, entre Londres e Sydney. A cada segundo são construídos 2,6 automóveis novos, equipados com tecnologia cada vez mais avançada e complexa, o que, desde logo, transfere para a mecânica e seus profissionais uma responsabilidade gradualmente maior.
Desafios da evolução automóvel
No âmbito tecnológico, são várias e interessantes as tendências que se têm vindo a impor. A procura por viaturas com tecnologia elétrica e a discussão dos híbridos, por exemplo, veio para ficar, mesmo em Portugal, e contribuir para uma tentativa de redução das emissões de gases poluentes – a sustentabilidade será, assim, determinante para a indústria. Já os veículos autónomos estarão, cada vez mais, debaixo do foco dos maiores salões automóveis, que antecipam não só a movimentação das pessoas, mas também de mercadorias.
Em termos mecânicos, a maior parte das marcas tem abandonado os motores mais pesados em favor de motores de pequenas dimensões, mais refinados, com custos de produção mais acessíveis, mas equilibrados pela quantidade de tecnologia instalada. Aqui, a conectividade vai ser estrela, uma vez que além da implementação de chips que possibilitam trazer internet para dentro das cabines, os veículos estarão “cientes” dos movimentos uns dos outros, com capacidade de adaptação em tempo real - a frota será elétrica, autónoma e compartilhada.
A acompanhar a jornada evolutiva do automóvel, cada vez mais cómodo, seguro, eficiente e fiável, está o papel do profissional de mecânica e da própria oficina. Quer o diagnóstico quer a reparação são hoje condicionados pela otimização de espaço do veículo moderno que, em prol do aumento do habitáculo, deixa cada vez menos margem para a mecânica, apesar do maior número de elementos e peças: ecrã LCD, travão de mão elétrico, câmaras e sensores de visão periférica, sistema start/stop do motor, travagem de emergência automática, assistente de faixa de rodagem… Se antigamente o mecânico fazia carreira com os mesmos conhecimentos, hoje o profissional de mecânica automóvel precisa de formação contínua para se manter a par do funcionamento de todos os novos sistemas que vão sendo incorporados nos veículos.
As oficinas do futuro
Com estruturas cada vez mais especializadas, as oficinas tendem a deixar de usar termos como óleos, filtros, injetores, correias da distribuição, turbos, embraiagens e radiadores, mas mesmo com a ajuda de softwares de diagnóstico sofisticados, vão continuar a proceder à desmontagem e montagem de peças para resolver avarias.
De todas as ferramentas usadas pelo profissional de mecânica auto, a aparafusadora pneumática e kit de chaves de impacto vai continuar a ser considerada indispensável. Em versões cada vez mais leves e compactas, é uma máquina que responde à necessidade do mecânico chegar a zonas de difícil acesso, sem perder a potência que lhe permite apertar e desapertar qualquer parafuso.
De classe premium e com um design ergonómico, apresenta componentes softgrip no punho, que garantem um maior conforto e aderência no manuseio, um botão sensível e uma carcaça em plástico rígido, reforçado com fibra de vidro. Com esta pistola, o profissional identifica facilmente todas as peças de ação: gatilho, sentido de rotação e seletor de potência para três velocidades (até 1100 Nm), sem necessidade de usar a segunda mão para mudar entre elas. Com distribuição do ar comprimido através de um motor equipado com sete lamelas finas, o equipamento impede a passagem de impurezas e reduz significativamente a probabilidade de quebra, para uma vida útil longa.
O conjunto de chaves de caixa de impacto, nos tamanhos, 17, 19 e 21mm, constitui o complemento ideal para a manutenção mecânica. Embora bastante comum nas reparações automóveis e de pneus, também vai sendo cada vez mais habitual em setores como o siderúrgico, o mineiro e o aeronáutico, pelo que se apresenta como um kit bastante multifacetado.
Se usada regularmente, a aparafusadora pneumática funcionará melhor com a aplicação de lubrificante, como o óleo especial, próprio para proteger ferramentas pneumáticas do desgaste (mesmo a baixas temperaturas) e corrosão (abordada em artigo anterior), suavizando a fricção entre as peças e tornando mais fácil o trabalho do profissional.