Em contagem decrescente para a magia do Natal

Em contagem decrescente para a magia do Natal

A par do colorido da decoração festiva,

Da riqueza das receitas tradicionais e das maratonas de cinema com títulos que são sempre os mesmos (como escapar a “Música no Coração” e a “Sozinho em Casa”?), as atividades em grupo ocupam um lugar de destaque nesta época tão propícia à partilha do tempo e do entretenimento.

Neste contexto, os jogos disputados em família são, sem dúvida, uma das fórmulas mais recorrentes (e divertidas) de garantir serões longos, que também se querem memoráveis.

Quer aproximem ou (momentaneamente) oponham os seus participantes, a verdade é que os jogos proporcionam experiências para toda a família, dos jovens aos não tão jovens, mantendo uma popularidade que a passagem do tempo não parece abalar. Mais recentemente, passaram a oferecer um “escape” a computadores, telefones e mesmo televisões, numa altura em que o confinamento vivido em casa exigiu formas saudáveis de manter a interação e a disposição dentro de portas.

Tratem-se de jogos de mesa (como as Damas ou o Tangram), jogos que envolvem papel e caneta (de que são exemplos as Palavras Cruzadas e o Sudoku) ou jogos de tabuleiro (como o Xadrez e o Go), os jogos induzem a dinâmicas que vão muito além dos vencedores e dos vencidos, sendo ferramentas muito válidas para o desenvolvimento de aspetos como a resiliência, a estratégia e a competitividade.

Dominó

Favoritos entre os jogos clássicos

Disponíveis numa variedade quase infindável de temas e formatos, os jogos mais conhecidos são também aqueles que, historicamente, maior número de apreciadores têm cativado ao longo do tempo. Se tivéssemos de eleger uma seleção de favoritos, esses incluiriam sempre algumas referências incontornáveis, como é o caso do Dominó.

Inventado na China, o Dominó funciona com 2 a 4 pessoas ou em duplas e é facilmente reconhecível pelas suas 28 peças de formatos retangulares, dotadas por pontos que indicam valores numéricos. Trata-se de um jogo tradicional que obriga a algum pensamento estratégico: o vencedor de uma partida de Dominó tem de utilizar o mais rapidamente possível o maior número de peças antes dos adversários e, no final, somar o número mais elevado de pontos. Equivalente a um baralho de cartas ou a um jogo de dados, que podem ser jogados de muitas formas diferentes, também as construções com peças de Dominó garantem horas sem fim de distração.

Também surgido na Ásia, o Mikado é, provavelmente, o melhor exemplo clássico entre os jogos de habilidade. Batizado em honra da “peça” mais valiosa do império do Japão – o seu Imperador -, o Mikado prevê 2 a 6 jogadores em jogo e inclui um conjunto de 41 varetas marcadas por cinco cores: preto (20 pontos), amarelo (10 pontos), azul (5 pontos), verde (3 pontos) e vermelho (1 ponto). Cada vareta representa uma patente militar ou categoria social e daí a razão para o número diferenciado de pontos que lhe estão associados. Um verdadeiro desafio à destreza manual dos jogadores, ganhar ao Mikado implica retirar as varetas mais valiosas sem fazer mexer as restantes, um jogo do tipo quebra-cabeças cheio de delicadeza – e tensão.

Jogos de cartas

Dados e cartas: em qual aposta?

Dentro do universo criativo dos jogos, um espaço onde a imaginação de criadores e jogadores permite evasão para amantes e amadores por igual, são as cartas e os dados que mais parecem contribuir para o sucesso da “fórmula”. A procura por estes jogos é tão grande e generalizada que chega a gerar rituais e superstições, como não rolar o dado para não “gastar” os bons resultados ou não sentar de pernas cruzadas para não “afugentar” a sorte.

O póquer de dados (uma variante do póquer com cartas), por exemplo, é jogado com cinco dados, tendo cada um destes nas suas faces as seis figuras mais altas de um baralho de cartas: Ás, Rei, Dama, Valete, 10 e 9. Tipicamente jogado por 2 a 4 jogadores, individuais ou em equipas, este jogo tem como objetivo conseguir o maior número de pontos através de um total de figuras nas 12 casas de cada cor. Cada jogador tem um total de três lançamentos e a possibilidade de segurar dados entre eles; no final dos três lançamentos permitidos, sai vencedora a melhor mão.

Trazidos do Oriente para a Europa no século XVI, os jogos de cartas (ou jogos de baralho) são os jogos que utilizam um conjunto de cartas. Permitindo desafios individuais (como a Paciência) e coletivos (como a Sueca), as cartas dão lugar a mais de 120 jogos diferentes, cada um com regras a variar de região para região e, frequentemente, adaptadas pelos próprios jogadores. Composto por 13 cartas de 4 naipes - paus (♣), ouros (♦), copas (♥) e espadas (♠) -, o baralho vai buscar o nome à necessidade de se misturarem as cartas antes de cada jogo. Tempos houve em que também foi associado à divisão da sociedade (paus a representar os camponeses, ouros a burguesia, copas a representar o clero e espadas a nobreza) mas hoje é simplesmente sinónimo de emoção e diversão.

Independentemente do jogo escolhido, o Natal proporciona um dos melhores momentos do ano para desempoeirar os livros das regras e testar o “bom perder” em família. A pensar nisso, a caixa de jogos que compõe a oferta de Natal deste ano (limitada ao stock existente) promete um final de ano com o espírito certo: partilhado e divertido.